Era uma vez, numa floresta encantada, onde todos os animais viviam em harmonia. Certo dia, um pequeno coelho chamado Tito estava voltando para casa depois de uma longa jornada em busca de comida para sua família. Ele carregava nas costas uma sacola cheia de cenouras e folhas frescas, ansioso para reencontrar seus filhotes.
No caminho, ao passar por um atalho próximo a um rio, Tito foi atacado por um grupo de raposas maliciosas. Elas roubaram toda a comida do coelhinho, o empurraram para o chão e o deixaram ferido e sozinho, sem forças para continuar. Caído entre as folhas, Tito mal conseguia respirar, esperando que alguém o ajudasse.
Logo depois, um pavão orgulhoso que andava pela floresta se aproximou. Vendo Tito ferido, o pavão virou a cabeça para o lado e disse:
— Não posso me sujar ajudando um coelho. Tenho meu belo desfile para fazer!
E, com sua cauda brilhante, seguiu em frente sem olhar para trás.
Algum tempo depois, um lobo passou correndo pela trilha. Ele olhou para o coelho e, com uma expressão de desdém, resmungou:
— Não tenho tempo para ajudar quem não consegue se proteger. Se ele não consegue cuidar de si, não merece ajuda.
E assim, o lobo seguiu seu caminho sem oferecer auxílio.
Tito, cada vez mais fraco, pensou que ninguém viria socorrê-lo. Até que, inesperadamente, apareceu uma tartaruga chamada Lia, que era conhecida por sua bondade, mas também pela lentidão com que andava. Lia, ao ver Tito machucado, parou imediatamente e perguntou:
— O que aconteceu, pequeno coelho?
Tito, com dificuldade, explicou o que as raposas haviam feito. Sem hesitar, a tartaruga, mesmo com seus movimentos lentos, começou a cuidar de Tito. Ela lhe deu folhas medicinais que carregava para ajudar com as feridas e, com paciência, o ajudou a levantar-se. Embora fosse devagar, Lia carregou Tito em suas costas até um lugar seguro, onde ele poderia se recuperar.
— Por que você me ajudou? — perguntou Tito, emocionado, enquanto se sentia melhor. — Nem somos da mesma espécie, e você não tinha obrigação de fazer isso.
Lia sorriu e respondeu:
— Não importa que tipo de animal somos, o importante é ajudar quando alguém precisa. Todos nós vivemos nesta floresta juntos, e a bondade é o que nos mantém unidos.
E assim, Tito aprendeu uma lição valiosa sobre compaixão e amizade. Quando se recuperou, voltou para sua família, mas nunca esqueceu a bondade da tartaruga. A partir daquele dia, ele sempre se dispôs a ajudar qualquer animal que estivesse em dificuldade, seguindo o exemplo da gentil Lia.
A floresta, com o tempo, se tornou um lugar ainda mais harmonioso, onde todos os animais aprenderam que a verdadeira força está na bondade e na solidariedade entre os diferentes.
Deixe um comentário