Era uma vez um coelho chamado Pipo, que vivia em uma clareira de uma floresta tranquila. Pipo era muito brincalhão, mas também muito travesso, sempre inventando histórias para pregar peças em seus amigos. Ele adorava chamar a atenção e, muitas vezes, contava mentiras para ver os outros animais correndo de um lado para o outro.
Um dia, enquanto Pipo descansava perto de sua toca, teve uma ideia para sua próxima travessura. Ele sabia que todos na floresta temiam a raposa, uma caçadora veloz que rondava a área de vez em quando. Então, ele decidiu que seria engraçado pregar um susto nos outros animais.
Pipo correu até o campo onde seus amigos, os esquilos, lebres e pássaros, estavam brincando e gritou: “A raposa! A raposa está vindo! Fujam!” Em pânico, todos os animais se espalharam, correndo para suas tocas e árvores. Pipo, por sua vez, caiu na risada, vendo o caos que tinha causado.
Os outros animais, ao perceberem que não havia raposa alguma, voltaram furiosos. “Pipo, isso não foi engraçado!” disseram. Mas Pipo apenas deu de ombros e riu. “Foi só uma brincadeira! Vocês se assustam muito fácil.”
Nos dias seguintes, Pipo repetiu a mesma mentira várias vezes. Sempre que seus amigos começavam a se sentir seguros, ele surgia correndo e gritando sobre a raposa. E, todas as vezes, os animais se apavoravam e fugiam. Quando voltavam e percebiam que era mais uma farsa, ficavam ainda mais irritados com Pipo. No entanto, ele não se importava. Para ele, era tudo diversão.
Até que, certo dia, enquanto Pipo estava brincando sozinho na clareira, ele ouviu um farfalhar entre os arbustos. Ao olhar mais de perto, seus olhos se arregalaram de medo: uma raposa real estava ali, farejando o ar e se aproximando lentamente.
O coração de Pipo disparou, e ele correu o mais rápido que pôde até o campo, gritando desesperadamente: “A raposa! A raposa está aqui de verdade! Fujam, por favor!” Mas, desta vez, seus amigos apenas o ignoraram. Eles já estavam cansados de suas mentiras e pensaram que era mais uma de suas brincadeiras.
“Não vamos cair nessa de novo, Pipo. Cansei de correr à toa,” disse um esquilo do alto de uma árvore. “Dessa vez, você está sozinho,” gritou uma lebre ao longe.
Pipo implorou, mas ninguém o levou a sério. Sem outra escolha, ele correu e se escondeu atrás de uma pedra, tremendo de medo enquanto a raposa se aproximava cada vez mais.
Por sorte, naquele momento, um veado que estava por perto viu a raposa espreitando Pipo e, em um ato de coragem, avançou com seus chifres afiados, espantando a raposa para longe. Pipo, ainda tremendo, saiu de seu esconderijo, agradecido por ter sido salvo.
No dia seguinte, Pipo foi até seus amigos, envergonhado. Ele sabia que suas mentiras haviam causado tudo aquilo. Com a cabeça baixa, pediu desculpas a todos. “Eu sei que errei. Fiquei brincando com algo sério e, quando realmente precisei de ajuda, vocês não confiaram em mim. Prometo que nunca mais vou mentir para vocês.”
Os outros animais, depois de uma breve discussão, aceitaram as desculpas de Pipo, mas o advertiram de que, da próxima vez, ele não teria tanta sorte. Pipo aprendeu uma lição valiosa: mentir pode parecer divertido no momento, mas quando a verdade realmente importa, ninguém acreditará.
A partir daquele dia, Pipo nunca mais brincou com coisas sérias. Ele continuou sendo brincalhão, mas agora todos sabiam que, se ele gritasse por ajuda, era porque realmente precisava.