Em uma fazenda tranquila, onde o sol nascia dourando os campos, vivia uma galinha chamada Clarabela. Ela era uma galinha como qualquer outra, mas tinha um sonho muito especial. Clarabela sempre ouvia falar dos lindos ovos de Páscoa, todos coloridos, cobertos de chocolate e enfeitados com fitas brilhantes. Esses ovos eram dados como presentes na Páscoa, e Clarabela ficava encantada com a ideia de botar um ovo tão bonito.
— Ah, se eu pudesse botar um ovo de Páscoa — suspirava Clarabela para as outras galinhas. — Eles são os mais lindos de todos! Eu daria o melhor presente de Páscoa do mundo.
As outras galinhas riam baixinho, achando graça da ideia de Clarabela.
— Nós botamos ovos comuns, Clarabela. Ovos de Páscoa são feitos de chocolate, e não de nós! — diziam elas.
Mas Clarabela não desistia de seu desejo. Todos os dias, quando botava um ovo, ela olhava para ele com carinho e imaginava como seria se ele fosse coberto de chocolate e decorado com fitas coloridas. Ela queria tanto que seu ovo fosse especial!
Certo dia, um famoso chef de cozinha chamado Sr. Augusto visitou a fazenda. Ele estava à procura de ingredientes frescos e de qualidade para seus pratos. Ao passar pelo galinheiro, ele notou Clarabela, que estava sentada de maneira sonhadora, olhando para um ovo que acabara de botar.
— O que houve, pequena galinha? Por que está tão pensativa? — perguntou o chef, curioso.
Clarabela suspirou e contou sua história.
— Eu queria botar ovos de Páscoa, daqueles lindos e cheios de chocolate. Mas meus ovos são simples, não têm enfeites nem brilham. Eles parecem tão… sem graça — explicou ela, com tristeza.
Sr. Augusto sorriu com ternura e se agachou ao lado de Clarabela.
— Ah, Clarabela, você está enganada. Seus ovos são mais especiais do que você imagina.
Clarabela olhou para ele, surpresa.
— Como assim? — perguntou ela, sem entender.
— Deixe-me mostrar — disse o chef.
Sr. Augusto pegou o ovo que Clarabela tinha acabado de botar e o levou até a cozinha da fazenda. Lá, ele começou a preparar uma deliciosa omelete. O cheiro de ovos frescos, temperados com ervas e especiarias, logo se espalhou pela cozinha e pelo galinheiro. As outras galinhas, e até Clarabela, ficaram curiosas com o que ele estava fazendo.
Poucos minutos depois, o chef voltou com um prato de omelete dourada e macia.
— Veja, Clarabela. Este é o presente dos seus ovos — disse ele, oferecendo um pedaço para ela.
Clarabela provou a omelete e, para sua surpresa, era deliciosa! O chef sorriu.
— Os ovos de Páscoa são bonitos, é verdade. Mas os ovos que você bota são fundamentais para alimentar as pessoas. Com eles, eu posso fazer omeletes, panquecas, bolos e muitas outras delícias que nutrem e trazem alegria. Seu ovo não precisa de enfeites ou chocolate para ser especial. Ele já é importante por si só.
Clarabela refletiu por um momento e percebeu que o chef estava certo. Embora os ovos de Páscoa fossem belos, os ovos que ela botava tinham um papel essencial. Eles eram a base de muitos pratos deliciosos que as pessoas adoravam e que realmente alimentavam.
A partir daquele dia, Clarabela passou a botar seus ovos com ainda mais orgulho. Ela sabia que, mesmo sem chocolate ou fitas coloridas, seus ovos eram valiosos e faziam uma grande diferença no dia a dia das pessoas. E sempre que alguém na fazenda comia uma omelete, uma panqueca ou um bolo feito com seus ovos, Clarabela se sentia como se tivesse dado o melhor presente de todos.
E assim, a galinha que um dia sonhou em botar ovos de Páscoa, descobriu que seus simples e deliciosos ovos eram, na verdade, os mais importantes de todos.
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